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Loleepop Entrevista: Gui Guimarães


Imagem: Divulgação


Com apenas 19 anos, o músico Gui Guimarães é uma das grandes revelações da música paranaense. Familiarizado com a música desde pequeno, Gui demonstra ser um artista decidido, maduro e cheio de atitude, ao brincar com diversas influências musicais em seu disco de estreia, "All About The Groove", que vai do Blues ao Rock, de Black Sabbath a Ed Sheeran, deixando o álbum com uma sonoridade única e rara no mercado nacional, além de não se prender a nenhum rótulo ou estilo específico. O artista bateu um papo super bacana com o Loleepop, no qual falou sobre suas influências, seu início na música e principalmente sobre o seu novo trabalho.


Como você começou na música?


- Comecei como a maioria: fazendo aulas de violão. Tinha apenas 7 anos, mas não demorou muito para que eu decidisse seguir o caminho profissional. Quis fazer aulas de violão, depois de ouvir uma música do AC/DC em um jogo de videogame. A parte de cantar veio mais pra frente, quando tinha montado uma banda e precisávamos encontrar um vocalista. Como estava bem difícil de achar, resolvi eu mesmo fazer o ‘serviço’. Peguei gosto pela coisa, fiz aulas de técnica vocal e hoje é tão divertido para mim quanto tocar guitarra. Estou me aprimorando cada vez mais, tanto como vocalista como guitarrista.


Além da guitarra, quais instrumentos você toca?


- Violão, guitarra e um pouco de piano. Honestamente, se pianistas de verdade me virem tocando piano, vão ficar com raiva de mim. Mas consigo ‘arranhar’ alguma coisa.


Sua família sempre te apoiou?


- Não. No começo foi bem difícil, porque nossos pais sempre acham que estamos passando por aquela fase de querer ser um astro do rock. Depois eles viram que não era bem por aí, e começaram a dar mais suporte. Meu pai sempre apoiou muito, mas todo o resto da família tinha - e ainda tem um pouco - aquele certo preconceito com a escolha de ser músico como profissão. O estereótipo de ser um ‘desocupado’, aquela velha frase “além de músico, você trabalha?” infelizmente ainda é muito forte. Uma das minhas intenções como artista é mudar isso.

Foto: Fabiano Guma

Quais são suas maiores influências musicais?


- De cara posso citar Joe Bonamassa, Lenny Kravitz, Zakk Wylde, Lynyrd Skynyrd, Ed Sheeran, Black Sabbath, Tim Maia, Axl Rose e Elton John.


Gui Guimarães lançou neste ano, seu disco de estreia, produzido por Uiliam Rafael da Silva(Tuto), gravado e mixado no Estúdio da Academia do Rock em Curitiba. A masterização ficou por conta da Classic Master, de São Paulo. O cantor nos contou também sobre o processo de criação do disco.


-A criação começou com pequenas partes e ideias de guitarra, violão e melodias vocais. Depois eu as levava para o estúdio e, junto com o Tuto (produtor do disco), e trabalhava naquilo. As músicas foram se construindo e tomando forma simultaneamente com o processo de gravação. Um bom exemplo é "Poison Girl", que inicialmente era totalmente puxada pro Southern Rock, com riffs abertos de guitarra, e acabou se transformando numa música com levada piano jazz, funk e groove. Sobre a gravação, soltamos a imaginação para usar diferentes equipamentos, instrumentos, timbres, efeitos e etc. Fiquei muito satisfeito com o resultado e espero levar isso para o próximo nível no disco seguinte.

Quais as influências do disco?


- Os variados estilos musicais existentes, o disco tem muito conteúdo musicalmente falando. Hard Rock, Jazz, Blues, MPB, Funk, Surf Music, etc.


Como surgiu o título?


-Uma das frases da letra de Poison Girl diz “for her it’s all about the groove”, e achei que seria um título legal para o álbum. Todas as músicas tem um groove próprio, levadas diferentes e nuances individuais, e por isso, no fim das contas, é tudo sobre o groove. Também lembra a temática anos 70, que foi usada em todo o conceito de arte do disco e será usada numa linha de roupas que estou montando.

O disco tem várias parcerias, como elas aconteceram?


- A maioria delas foram amigos e conhecidos que circulavam pela academia do rock (onde fica o estúdio em que o disco foi gravado) e eu ia convidando pra tocar no disco, fazer uma participação e tal. Um deles é o Maurício Escher, que toca baixo em Poison Girl, Got The Woman e Ela Quer. O Tuto (produtor), também tocou em várias músicas, todos os pianos são dele, também gravou alguns baixos, backing vocals e violões. Além deles também participaram o Ismael Roca, o Ruan de Castro, a Janine Mathias (que faz um dueto comigo na música Ela Quer), a Érica Silva e o Filipe Gusso.


Como acontece o processo de composição pra você?


- Isso é bem variado. As vezes é uma melodia que surge na minha cabeça, as vezes é uma frase que surge ou que leio e que pode ser usada numa música, algo que estou tocando na guitarra e acaba se transformando no riff ou na base de alguma música...não tenho uma regra definida, sei que no final acaba dando certo.


Você define seu som em algum estilo?


- Funky Hard Pop Samba Blues. Hahaha, não sei dizer, tenho várias influências, mas acaba sempre saindo mais para o Pop Rock.


A maioria das suas músicas são em inglês, algum motivo especial?


- Sim. O tipo de música que faço, e que gosto de fazer, não é o mesmo tipo de música que o mercado brasileiro consome. Encaro o que estou fazendo aqui no Brasil como uma espécie de semeadura, estou espalhando as sementes. Meus planos são de ir para fora e vender minha música por lá, onde está o mercado que eu procuro, e posteriormente conquistar o mercado daqui.


Foto: Fabiano Guma


Quais os planos agora com o lançamento do disco?


Estamos prestes a gravar um clipe para uma das músicas, iremos fazer vários shows pequenos de divulgação e promoção. Também estou montando uma marca de roupas (não roupas com a capa do disco ou a minha logomarca, e sim uma marca totalmente nova), que trará a mesma temática do disco, ou seja, a estética groove, anos 70, com cores vibrantes e tal. Isso vai ser muito legal e casará com o conceito do disco, então é bom para ambos os lados. Estou para lançar uma música nova, em português, no próximo mês ou no outro e assim que ideias malucas e megalomaníacas forem surgindo na minha cabeça, tentaremos desenvolver e colocar pra rodar!


Como você analisa o cenário musical em Curitiba atualmente?


É complicado. Do meu ponto de vista, acontece o seguinte: Curitiba tem muitas bandas autorais boas, muitas mesmo, mas os bares querem bandas tributo ou cover. Isso desanima o artista, com toda a certeza. Agora, posso citar tranquilamente algumas bandas que admiro daqui, como os Lenhadores da Antártida, Expresso Vermelho, Machete Bomb, Milk N’ Blues, Tic Tac Joe, etc. O que acontece é que não há essa ajuda mútua entre a maioria, não quero dizer todas. Muitas não estão interessadas em ajudar ou apoiar as outras, então há essa individualidade dentro de um segmento que, por si só, já é restrito (o de bandas autorais). Aí você vai ao bar, mostrar o seu trabalho, toca músicas suas e covers que não são aqueles manjados de sempre, e o cara que te colocou pra tocar lá pede pra você tocar, digamos, "Born To Be Wild" ou "Cocaine". Ninguém aguenta mais essas músicas, são muito clichês, e você acaba virando aquele músico que está ali só pra fazer a música de fundo, e o seu trabalho mais uma vez é desvalorizado. Em resumo, é o seguinte: não tem como se iludir achando que vai estourar se você não tiver uma imagem bem trabalhada, uma mídia social forte, música com qualidade boa e um comportamento profissional como artista. Sexo, drogas, rock n’ roll, insanidade e etc. ficaram lá nos anos 80. Isso não vai funcionar no mundo dos smartphones, não vai funcionar no Brasil, e não vai funcionar em Curitiba. Os artistas tem o dever de se portar como profissionais, mas os contratantes TAMBÉM precisam saber que devem nos tratar com respeito e dignidade.


Pra encerrar, qual o conselho que você daria pra quem deseja seguir no caminho da musica?


- Fuja enquanto há tempo. Brincadeira. Tenha qualidade em seu trabalho, sempre. Tenha ética profissional e faça da sua banda o seu trabalho, o seu produto e a sua empresa. Desconfie de “tocar por divulgação” e “te pago em cerveja”. Trate as pessoas como gostaria de ser tratado e saiba que, às vezes, terá que engolir o seu orgulho e o seu ego e passar alguns “perrengues”, mas tudo é a parte do caminho até o topo. No mais, nos vemos nos palcos!

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