Loleepop Entrevista : Pris Elias, a nova aposta do Pop Nacional
O pop nacional tem ganhado muita força nos últimos anos, algo que não acontecia desde os fenômenos Sandy & Jr., Rouge, Wanessa e Kelly Key. Atualmente, como não poderia deixar de ser, os artistas estão concentrados no eixo Rio-São Paulo, que é o exemplo de Anitta, Lexa, Valesca, Ludmilla entre outros artistas que estão na linha de frente do pop brasileiro, que agoratem forte influência do funk carioca. Obviamente, em outras regiões novos e talentosos artistas tem surgido, como é o caso da paranaense Pris Elias, que já fez parte da famosa banda Mixtape e recentemente resolveu se aventurar em novos horizontes e lançar seu primeiro EP solo, que mostra um pop maduro e bem gostoso de ouvir. A loira bateu um papo com o Loleepop e nos contou tudo sobre a sua carreira, suas influências, relação com o público LGBT, sua saída da banda Mixtape, o processo de composição do novo disco e muito mais! Pra começar, Pris nos contou como rolou o processo de composição de seu novo disco que foi mixado fora do país.
Levei meu violão e meu computador pra casa da minha mãe no interior do Paraná e fiz alguns brainstorms. Acordava todo dia com papel e caneta na mão, deixando fluir o que viesse à mente. Depois filtrava o que achava interessante, pegava o violão e compunha as melodias. Num segundo momento, já em Curitiba, peguei todas as faixas e pré-produzi todo o instrumental pra elas. Feito isso, mostrei pra algumas pessoas pra ver de quais músicas as pessoas gostavam mais, pedi opiniões e a partir daí lapidei as pré-produções. Finalmente, sob a produção de Michel Shkava, iniciamos o processo de gravação do EP no estúdio Mosh em SP e fomos pra Los Angeles pra gravar os vocais com Drew K (que produziu o último álbum da Miley Cyrus e Ariana Grande) e fazer as mixagens com Jaycen Joshua (que já mixou álbuns de Beyoncé, Lady Gaga, Katy Perry, Michael Jackson, etc) . Dali, fomos a Nova Iorque, onde fizemos a master com Chris Gheringer ( responsável pela master de discos do Maroon 5, Chris Brown, Lady Gaga, Madonna, etc).
Como surgiu a oportunidade e como foi trabalhar com grandes nomes da música pop como Jaycen Joshua e DREW K ?
Foi através de Michel Shkava, produtor do EP. Ele já havia trabalhado algumas vezes com essa galera e achou que pro meu som, finalizar esse trabalho lá fora seria interessante. Trabalhar com profissionais que fazem álbuns de tantos artistas que são referência absoluta pro pop internacional e pra mim foi uma grande escola. Além de ter sido mágico. Fazer parte da mesma atmosfera dos artistas que você mais admira no mundo é uma experiência inexplicável e inesquecível.
Quais as influências e a sonoridade que você buscou para este trabalho?
Minhas influências vão do pop internacional atual ao indie/pop, indie/rock, pop oitentista e punk/pop.
Em Janeiro você lançou o vídeo de seu primeiro clipe desse álbum que em pouco mais de um mês já tem quase 200 mil visualizações. Conta pra gente como foi a gravação do clipe da faixa "De Qualquer jeito" e como surgiu a concepção do roteiro?
Foi muito divertido. Adoro gravar videoclipe! Dessa vez contei com a participação de muita gente, uma galera muito do bem, melhor vibe impossível. Logo sai o making of do vídeo e aí a galera vai poder acompanhar de perto o processo. Apesar das dificuldades que tivemos principalmente por conta do tempo (tínhamos que gravar muitas cenas externas e choveu um mês inteiro sem parar em Curitiba), foi muito legal!
Eu queria passar a ideia de que podemos ser felizes de qualquer jeito, independente das pessoas ou circunstâncias que se apresentem em nossas vidas. Então fizemos isso através da dança, com bailarinos que simbolizam pessoas que fazem ou fizeram parte de minha vida. Nos encontramos e nos afastamos. Fazemos trocas de experiências e no fim nos reencontramos para uma grande festa, celebrando a vida. Acho que mesmo quando temos encontros ou circunstâncias que aparentemente são ruins em nossas vidas, elas sempre nos trazem aprendizados importantes pra que sigamos em frente de uma maneira mais madura. Entender isso também faz parte do entendimento de como ser feliz de qualquer jeito. De forma simbólica, o clipe trata disso tudo.
Você sempre teve o apoio da sua família?
Meus pais sempre me apoiaram a estudar música. Quando decidi seguir a música como profissão, meu pai amou a ideia e apoiou de todas as formas que pôde. Minha mãe titubeou um pouco, teve medo de que não desse certo, queria que eu seguisse uma profissão mais "certa", mais "segura". Mas hoje ela também me apoia completamente e sou muito grata a eles. O apoio deles é extremamente importante pra mim.
Qual a definição você daria para o seu atual trabalho?
Com relação à sonoridade, é um trabalho pop. Com relação à mensagem, acredito que trago esperança e estímulo pra que as pessoas tenham coragem de ser elas mesmas, que olhem pra vida de forma positiva.
Gostaria de fazer feat. com algum artista?
Com vários. Acho que seria muito legal fazer um feat. com Ivo Mozart, Jay Vaquer, Jota Quest, Marcelo D2 e Anitta. Pra citar alguns.
A galera LGBT é um grande consumidor de música pop, qual a sua relação com este público?
A maior parte de meus amigos são gays, as melhores baladas pra dançar são gays e simplesmente amo a espontaneidade e verdade dessa galera. No geral, são pessoas que estão dispostas a enfrentar quem quer que seja pra serem quem são. Não se curvam à sociedade ou a costumes pra tentar ser algo que lhes disseram ser melhor. É assim que gosto de ver a vida e acho que esse é um dos principais motivos pra fazer parte desse grupo.
Qual a importância das redes sociais no seu trabalho?
Enorme! Hoje em dia trabalhar bem as redes sociais é tarefa de casa diária pra qualquer artista. Procuro atualizá-las todos os dias com novidades sobre minha carreira e também compartilhando algumas coisas da minha vida no geral. Da mesma forma, sempre que possível respondo a galera, principalmente através do facebook, que tem uma interface que favorece o contato com os fãs.
O quê acha de sites de streaming como Deezer, Spotify entre outros? Acredita que desvalorizam e se aproveitam do trabalho do artista?
Acho que os tempos mudaram e nenhum artista deve esperar vender música da forma que foi vendida até alguns anos atrás. Hoje em dia CD é cartão de visita e o artista precisa espalhar sua arte pra que seja ouvida de forma massiva pelas pessoas. A partir daí ele vai vender shows e produtos relacionados a ele. Em qualquer área, profissionais precisam pensar em soluções inovadoras pra seguir vendendo seus produtos. Com a música não é diferente.
Como está sendo o processo de preparação para a turnê?
Frenéééééééético! Desde de que começamos a divulgação massiva de Vírus, em agosto do ano passado, não parei um segundo. Visitei todas as rádios do sul, o que chamamos de "pé na estrada", preparei videoclipe novo, compus, graveis alguns covers pra abastecer as redes sociais, participei de reuniões, entrevistas e só agora, no início de 2016, estava com tudo pronto pra coreografar o show completo que vem aí. Agora estamos ensaiando de 3 a 5 horas diárias pra fechar esse processo com chave de ouro e começar a pegar a estrada pra apresentar o projeto ao vivo pra toda a galera que já vem acompanhando meu trabalho!
Linda, talentosa e multifacetada, esta é Pris Elias, artista paranaense de múltiplas influências e que tem tudo para estourar com o seu pop eletrônico e viciante. Mas não é de hoje que a cantora está na labuta por um lugar ao sol. Pris iniciou sua carreira no rock, fazendo parte do duo Mixtape, com o qual ficou conhecida nacionalmente, participando de diversos programas de TV não só locais, mas também nacionais, como por exemplo a MTV Brasil, que na época estava em seu auge no país. Pris nos contou a respeito de sua saída da banda e o que a motivou a seguir a carreira solo.
“Foi triste num primeiro momento. Amei aquele projeto com todas as minhas forças, sem acreditar que um dia ele poderia chegar ao fim. Mas a Hel tinha outros projetos que queria tocar e eu já tinha algumas ideias que queria levar à frente em paralelo. Conversamos e chegamos à conclusão de que seria melhor assim”, revelou a cantora.
Além das músicas autorais, a cantora também tem investido em covers postado em seu canal no Youtube e divulgado através de suas redes sociais. Seu mais novo vídeo foi uma versão da canção "Photograph", sucesso na voz de Ed Sheran, Assista!
E pra quem só conhece a Pris pela banda e ainda não ouviu o seu álbum, ela conta o que o público pode esperar da nova Pris.
“É um projeto mais pop, está mais comercial. É uma mistura do que eu trouxe com a Mixtape em sua primeira fase (rock em português), em sua segunda fase (indie pop em inglês) e o que eu não tinha colocado em nenhuma das duas fases, que são mensagens mais simples e diretas, com um som mais popular”, afirmou a loira que também deixou claro que o público pode esperar por mais clipes e vários show neste ano.
Falando em popular, o cenário pop nacional está em efervescência contando cada vez mais com novos nomes, algo novo e que estava em falta desde a década passada que contava com o fenômeno Rouge, Sandy e Jr., Vanessa entre outros. O que você acha da cena atual no país?
“Gosto muito de artistas do pop/rock como Jota Quest, Pato Fu, Skank, NX, Jay Vaquer e por aí vai. A Anitta realmente foi a novidade que me surpreendeu com o grau de inovação que trouxe pro pop. Falem o que quiserem, trouxe uma pancada de som, misturou o funk com o pop gringo e conseguiu atingir um público novo que até então não consumia artistas nacionais. Eu, por exemplo, não escuto funk, mas gosto de Anitta! Gosto dela e também gosto de muita coisa da Ludmilla. Também gostei do que ouvi do Ivo Mozart”, revelou Pris.
Este ano está marcado por muitos aguardados lançamentos de discos, falando em pop internacional. Qual o disco mais esperado por você e qual dos já lançados você mais curtiu até agora?
“Gostei do novo disco da Sia. Acho que é uma artista sensacional que faz arte de primeira de uma forma popular e isso fica ainda mais evidente em seus videoclipes e apresentações. Mal posso esperar pelo novo disco da Katy Perry!”, contou Pris.
O que é ser pop pra você?
“É estar ligado ao que é tendência, estar aberto a novidades e saber levar essas novidades de uma forma acesível às pessoas”,afirmou.
Pra finalizar, qual a dica que você daria para quem está pensando em trilhar este caminho da música?
“Procure sempre fazer seu melhor. Aprimore seu trabalho todos os dias. Dê o melhor de si. Seja verdadeiro em sua arte! E saiba que as coisas não acontecem do dia pra noite. Precisa ter paciência e consistência.”, finalizou.
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